O ex-deputado federal Walter Brito Neto, que atualmente preside o PRB em Campina Grande, criticou ontem a possibilidade de aliança entre o PP e o PMDB para a sucessão municipal. Se confirmada, a parceria entre os dois partidos teria a deputada estadual Daniella Ribeiro como candidata a prefeita, restando ao PMDB a vaga de vice.
Para o ex-deputado, o prefeito Veneziano Vital do Rêgo deveria lembrar e corresponder aos aliados que ajudaram a elegê-lo. “Não tenho restrições ao nome de Daniella Ribeiro, mas Veneziano deve avaliar quais lideranças colaboraram para as suas eleições e governos”, afirmou Walter, rememorando, sem detalhar, que Daniella foi candidata a vice de Rômulo Gouveia em 2004, na chapa que enfrentou Veneziano, e que, até recentemente, a pepista era uma das mais acirradas figuras da oposição ao prefeito na Câmara Municipal. No entendimento de Walter Brito Neto, a recente reaproximação da família Ribeiro ao clã Vital do Rêgo seria apenas um gesto de pleno oportunismo.
“Vir de paraquedas, por uma questão meramente eleitoral, não é recomendável. Quando decidi apoiar Veneziano, foi por convicção, não por conveniência. Me desculpem, mas não vejo isso em Daniella”, reclamou. A crítica provavelmente tem a ver com a intenção de Walter Neto de ser candidato a prefeito. Conforme o Diário Político já havia informado, ele disse que estuda a possibilidade de se lançar à disputa majoritária, mas ainda não definiu a questão.
É claro que, se recebesse o apoio de Veneziano, já não haveria o que pensar. Mas, assim como faz com a imprensa, o atual prefeito não parece dar espaço para a discussão do tema com os aliados. Walter Neto está certo num ponto: uma eventual aliança de Veneziano com Daniella é um ato de oportunismo. Porém, não apenas da parte do PP, mas do próprio PMDB, que só se socorrerá dessa parceria se não encontrar outro jeito de vencer os candidatos de oposição. Ademais, na política (e na vida), é melhor cair de paraquedas do que sem eles.
